quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Crônica sobre o fim do mundo



Estava eu hoje em um palestra de direito tributário quando o palestrante disse a palavra mágica: individualismo.
Recordo-me, com satisfação, da época em que - pelo menos a cada mês - íamos para Dois Córregos visitar os avós, tios e primos.
Bons tempos...
Quando nascia um primo, lá iam os tios, primos, avós e afins fazer a primeira visita, com direito a comes e bebes.
E quando casava alguém? A festa durava o final de semana.
Igualmente, quando alguém morria, todos os aparentados velavam o defunto e depois todos se reuniam para uma canja ou um café com pão e manteiga.
Em todas as situações, as pessoas se reuniam e celebravam. As alegrias eram somadas e as tristezas, divididas.
Toda a família se preocupava e queria notícias do parente, do amigo que residia distante.
E tudo isso em época onde sequer existia o telefone celular, onde as estradas não eram boas e não se cogitava de notícias on-line.
Hoje, os meios de comunicação proporcionam notícias rápidas.
Mas perdemos muito.
Infelizmente o mundo, apesar de todas as facilidades da vida moderna, tornou-se individualista.
Num tempo onde as pessoas preferem se relacionar com máquinas e animais em prejuízo dos próprios semelhantes, não se tem mais tempo sequer para uma visita.
E nenhuma crítica aqui aos obstinados por tecnologia (eu me incluo aqui) e nem aos que cuidam dos animais.
É que lidar com o ser humano é trabalhoso e exige cuidado.
Manter uma relação sadia e equilibrada não é fácil e nunca foi.
Mas em tempos onde as pessoas não tem mais tempo nem para conhecer, os relacionamentos são mais difíceis de serem mantidos ou até mesmo conquistados.
Já é tarde.
Passa da 1h da manhã e eu não tenho mais tempo para acabar a crônica sobre o fim do mundo...
(com a esperança de que a crônica sobre o fim do mundo tenha outro fim!)

2 comentários:

Erica Fernandes disse...

Lindas verdades que vc relembra sobre o ser humano de antigamente... E verdades perturbadores que revela sobre o ser humano de hoje! É saudavel que cada um encontre sua individualidade, mas confundi-la com individualismo é perigoso! Corremos o risco de nos tornar completamente sozinhos no meio de milhares de solitários iguais a nós! E aí veremos que o preço por querer impor nossa individualidade não precisava ser pago assim...ANyway, parabéns pelo belo post!

Betty Gaeta disse...

OI Sarah,
Obrigada por se tornar minha seguidora. É claro que vou seguir vc tb. Vc é de Bauru! Que coisa boa, acho que é a primeira bauruense a seguir meu blog.
Parabéns pelo blog.
Bjkas e bom feriado.